DESLOCAMENTO, ESCRITA DE SI E MEMÓRIA: FORÇAS CENTRÍPETAS DA LITERATURA EM TRÂNSITO DE PALOMA VIDAL EM MAIS AO SUL

Cínthia Marítz dos Santos Ferraz Machado

Resumo


O exercício da escrita pode revelar-se – dentre as diversas possibilidades ou as virtualidades de caminhos a serem seguidos pela criatividade artística - como experiência do vivido, entremeando-se, por vezes, no simulacro da biografia durante a condução do fazer literário. A escrita de si, constituída por pedaços e deslocamentos da memória, não deve reduzir-se, entretanto, a nenhum dos gêneros autorrepresentativos, uma vez que se consubstancia no exercício da “figura” do sujeito literário (latim figurare: traçar o perfil, o desenho). Na contemporaneidade, as questões de representação biográfica reacendem-se não somente como questões autorais, mas sobretudo como questões de escrita. Novas vozes literárias surgem no cenário das narrativas da modernidade, enunciadoras de marcas autorais que desafiam o leitor ao proporem um pacto continuamente renovado ao mesmo tempo em que sempre falso entre a ficção e o biografismo. A exemplo, podemos citar a escritora Paloma Vidal, uma das mais expressivas vozes que despontam na produção literária brasileira do panorama atual e o exercício da escrita de si.


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Referências


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