ENEMY E O HOMEM DUPLICADO: SOLIDÃO, NARCISISMO, MASSIFICAÇÃO

ANDRE MACEDO

Resumo


A proposta do artigo é abordar a adaptação do romance O Homem Duplicado, de José Saramago, para o cinema. O livro é de 2002, foi publicado no Brasil pela editora Companhia das Letras. O protagonista chama-se Tertuliano Máximo Afonso e o seu duplo se chama António Claro. O filme é de 2013, originalmente produzido em inglês, sob a direção de Denis Villeneuve, recebeu a designação de Enemy e é uma produção canadense-espanhola. O protagonista passa a se chamar Adam Bell e o seu duplo, Anthony Claire. Embora haja algumas mudanças (nomes dos personagens são anglicizados; referência a uma cidade específica, Salt Lake; ausência de narrador), o principal do enredo romanesco foi mantido no filme. As mudanças mais importantes ficam por conta de uma das cenas iniciais – inexistente no romance – e, ligada a essa cena, há a mudança do desfecho na cena final. Diante disso, o propósito do artigo é: descrever detidamente e analisar essas duas cenas; examinar como elas reconfiguram cinematograficamente o enredo – a hipótese é de que houve uma ênfase no elo solidão-narcisismo; e, por fim, discutir as seguintes diferenças: no romance, o elo solidão-narcisismo e a questão da massificação são centrais; no filme, houve uma espécie de secundarização dessa questão.

Palavras-chave


Saramago; Villeneuve; solidão; narcisismo; massificação

Texto completo:

PDF



INDEXADORES


REVISTA ELETRÔNICA FALAS BREVES. BREVES - PA, ISSN 23581069